Contacto com a R1200ST de 2005
Moderadores: pedropcoelho, LTS, JoseMorgado, amandio, MHQC
- JoseMorgado
- Moderador
- Mensagens: 6443
- Registado: 23 jan 2008 21:41
- Localização: Lisboa
- Contacto:
Contacto com a R1200ST de 2005
Por cortesia do meu Amigo, António Costa Pereira, tive a oportunidade de experimentar a sua fantástica, e rara, R1200ST.
Aqui ficam as minhas impressões e um pouco de história:
A designação, ST, Street-Touring, começou por ser utilizada em 1982, numa versão estradista da R80G/S, a R80ST.
Mais informações aqui: R80ST
Depois disso, a mesma designação ST, agora, Sport-Turing, foi uma evidente procura para encontrar o compromisso entre, caracter desportivo e boas qualidades turísticas.
A BMW pretendeu criar uma desportiva.
Com apetência para viagens longas, com passageiro e carga.
Ou uma estradista.
Com apetência para desportiva
Produzida entre 2005 e 2007, a nível da ciclística, e da mecânica, é muito idêntica à R1200RT da altura, a grande Turística da BMW.
Tem o mesmo motor de 1.170 c.c., com 4 válvulas por cilindro e uma árvore de cames em cada cabeça.
Tem 110 cv de potência máxima, e 115 Nm de binário.
A caixa de velocidades conta com 6 relações e a embraiagem é a seco, com disco único.
A transmissão é por veio e cardan, integrado no braço oscilante articulado, com diferencial traseiro.
A suspensão a trás conta com o sistema Paralever e, na dianteira, com o conhecido Telelever, que permite fortes travagens, mesmo em curva, sem afundamento da suspensão, nem alteração da geometria da mota.
O controlo electrónico da suspensão, ESA, também estava disponível como extra.
Assim como na RT, o motor, autoportante, é o elemento central da estrutura da ST.
Nesta altura, a travagem era assegurada por um sistema servo-assistido, com bombas eléctricas, muito potentes, mas mesmo assim doseáveis, que foi abandonado em 2007.
O sistema de travagem podia beneficiar, como extras, de ABS e repartição parcial da travagem.
Com um centro de gravidade muito baixo, a ST beneficia, em relação à RT, de um menor peso do conjunto, menos 30 kg, que se notam bem.
Oferece uma menor protecção aerodinâmica.
E algumas mordomias, não muitas, a menos.
O vidro de protecção frontal é muito menor, e só pode ser regulado, manualmente, em duas posições possíveis.
Não existe a possibilidade de montagem de sistema sonoro, nem de bancos aquecidos.
O sistema de cruise control, também não está disponível.
O painel de instrumentos, apesar de apresentar o mesmo leque de informações, é muito mais simples do que o da RT.
O "porta luvas", para guardar objectos, não existe.
Os comandos são os habituais da BMW na época.
Com os confortáveis e lógicos comandos dos piscas separados, um em cada punho.
Os punhos aquecidos estavam disponíveis, como extra.
Assim como o computar de bordo e alarme, também extras.
No que respeita ao sistema de iluminação dianteiro, o muito invulgar e inovador para a altura, mas também muito criticado, conjunto de dois faróis sobrepostos, permite uma excelente iluminação da estrada.
Por um lado, em médios, como os dois faróis estão sobrepostos, e não paralelos, a distribuição horizontal da luz é menos sensível à inclinação da mota em curva, permitindo, nessa situação, uma maior área de estrada iluminada.
Por outro lado, como os dois faróis actuam em máximos, nessa situação, a quantidade de luz disponível é muito intensa e eficaz.
Muito diferente, em comparação com a RT, é a posição de condução.
Apesar de o guiador permitir a sua regulação em duas posições, o posicionamento do condutor é sempre muito mais inclinado para diante, com os pés mais a trás, privilegiando uma condução desportiva, ainda que não radical.
O banco do passageiro e do condutor são separados, sendo que a altura ao solo deste, é regulável em duas posições.
Quando se pega na mota, ainda antes de a ligar, nota-se logo uma das características das BMW's daquela altura, até 2007, a ausência, quase total, de travões.
Se no plano horizontal isto não é importante, se a mota estiver num plano inclinado convém, antes de se pegar nela, ligar a ignição.
Só dessa maneira os travões, que são servo-assistido electricamente, entram em funcionamento normal.
É alias bem audível, quando a mota está parada, a entrada em funcionamento das referidas bombas, logo que se actua na manete ou no pedal direito.
Apesar de não ser uma mota leve, 229 kg a seco, com lubrificantes e fluidos, e 90% da capacidade do depósito de combustível ocupada, que leva 21 l, é muito ágil e viciante nas acelerações, sempre com grandes desempenhos, e satisfação, nas manobras citadinas e nas vias rápidas urbanas.
Para além da potência e, principalmente, do elevado binário do motor, a excelente ciclística, suspensão e muito baixo centro de gravidade, proporcionam um desfilar muito rápido, e seguro, do alcatrão.
Tudo acontece com muita rapidez, mas também, com muita naturalidade e segurança.
É total a ausência de reações estranhas na abordagem, de curvas rápidas ou lentas.
Mais uma vez, e como sempre acontece com este tipo de arquitectura Boxer da BMW, a mota guia-se, nas curvas e nas rectas, como que por telepatia.
Basta pensamos numa determinada trajectória, olhamos para lá, que a ST obedece fielmente aos nossos pensamentos.
Tudo é muito natural, previsível e descontraído, o que, ao fim de muitos km's, faz toda a diferença na clarividência das reacções do condutor e, por consequência, na segurança da condução.
Aqui, os 30 kg a menos que tem em relação à RT, também se fazem notar.
Claro que, nas tiradas mais longas, a maior exposição ao vento, e às más condições climatéricas, fazem toda a diferença.
Ainda que a protecção aerodinâmica não seja má, é muito menor do que a que existe na RT.
E a posição de condução, é também menos relaxada.
Apesar de não ter andado com passageiro, é de esperar que a protecção e conforto deste também sejam menores.
São assim necessárias, paragens mais frequentes para recuperar energias.
Igualmente, os reabastecimentos também terão de ser mais frequentes, pois o depósito da ST, leva nemos 6 l que o da RT.
Relativamente à capacidade de carga da ST, é muito semelhante à da RT, pois as malas, top case e saco de depósito que pode utilizar, são exactamente iguais.
Para quem apenas faça grandes viagens esporadicamente, e deseje uma excelente mota para andar no transito diário, e em viagens rápidas, a ST foi uma excelente alternativa à RT.
É muito mais leve, e menos volumosa.
Apresenta todas as qualidades da RT, tem é menos mordomias, e é menos confortável nas tiradas mais longas.
Alvo de muitas críticas, principalmente, pela presença do inovador sistema de faróis dianteiros sobrepostos, nunca teve grande aceitação pelos clientes BMW.
Foi produzida durante apenas dois anos, de meados de 2005 a meados de 2007, em número muito reduzido.
Hoje são raras de encontrar e não muito valorizadas.
O seu lançamento em 2005, tentou suceder aos modelos, R1100RS, de 1993 a 2001.
E R1150RS, de 2001 a 2005, que também tiveram pouco sucesso comercial.
Como sempre, gostei de experimentar mais esta BMW.
Obrigado António.
José Morgado
Sócio 237
R65 78
R100R 92
R1100RS 94
R1200RT 07
R90S 74
R80 G/S 83
R1250 RT 2022
Sócio 237
R65 78
R100R 92
R1100RS 94
R1200RT 07
R90S 74
R80 G/S 83
R1250 RT 2022
- Antopereira
- Membro Regular
- Mensagens: 347
- Registado: 21 dez 2016 15:00
- Contacto:
Re: Contacto com a R1200ST de 2005
Obrigado José Morgado por mais uma excelente descrição de mais uma BMW. Neste caso a R 1200 ST. Que por sinal é minha.
Está tudo dito... só que o seu valor comercial é baixo em Portugal. Se virmos sites da Alemanha e USA, este modelo já é valorizado. Chegando a verem-se à venda por 7000 euros.
Só mesmo o Zé Morgado para fazer estes contactos com motos BMW.
Está tudo dito... só que o seu valor comercial é baixo em Portugal. Se virmos sites da Alemanha e USA, este modelo já é valorizado. Chegando a verem-se à venda por 7000 euros.
Só mesmo o Zé Morgado para fazer estes contactos com motos BMW.
António Costa Pereira
Sócio 636
BMW R1200RT 2010
BMW R1100RT 1998
BMW R60/7 1977
BMW K1100RS 1996
BMW R1200ST 2007
BMW R1100S BCR 2000
ROYAL ENFIELD 500 2016
YAMAHA GTS 1000 1993
HONDA VF750F Interceptor 1986
YAMAHA FJ 1200 3XW 1990
KAWAZAKI ZL 600 1987
Sócio 636
BMW R1200RT 2010
BMW R1100RT 1998
BMW R60/7 1977
BMW K1100RS 1996
BMW R1200ST 2007
BMW R1100S BCR 2000
ROYAL ENFIELD 500 2016
YAMAHA GTS 1000 1993
HONDA VF750F Interceptor 1986
YAMAHA FJ 1200 3XW 1990
KAWAZAKI ZL 600 1987
Re: Contacto com a R1200ST de 2005
Ora aqui está uma fantástica e completa reportagem deste test-ride.
Com a qualidade e excelência a que o Zé já nos (mal) habituou
Com a qualidade e excelência a que o Zé já nos (mal) habituou
Amândio de Aveiro
(da Madeira, mas em Oslo)
A Zarolha - R1150 GS 2000 [2002-2013]
The Red Devil - K1100RS 1995 [2020-...]
(da Madeira, mas em Oslo)
A Zarolha - R1150 GS 2000 [2002-2013]
The Red Devil - K1100RS 1995 [2020-...]
-
- Membro Veterano
- Mensagens: 2147
- Registado: 22 abr 2014 19:10
- Contacto:
Re: Contacto com a R1200ST de 2005
Que mota excelente!!
E como o José Morgado consegue nos colocar a pilotar a mota do amigo António!!
Adorei a mota...só um pouco de vento a mais que minha GS!!
Abçs
Luiz
E como o José Morgado consegue nos colocar a pilotar a mota do amigo António!!
Adorei a mota...só um pouco de vento a mais que minha GS!!
Abçs
Luiz
Quem está ligado:
Utilizadores neste fórum: Nenhum utilizador registado e 1 visitante