4º Dia, 609 km, Saint Jean de Luz-Estação Ferroviária de Canfranc-Col d'Aubisque-Puerto de Portalet-Fiscal-Vielha
Ao contrário dos dias anteriores, no Porto de Saint Jean de Luz, o dia amanheceu radioso.
Como acordei cedo, dei um passeio matinal pela zona do canal.
Este é o restaurante onde jantámos ontem à noite.
Os avisos à navegação. Felizmente não aplicáveis às nossas motas.
Quando fui tomar o pequeno almoço, vi que o António já lá estava, e descobrimos que "afinal havia outro" Ibis naquele edifício.
e que estávamos a comer no errado.
Quanto às motas, não havia esse problema, pois a garagem é comum.
Aqui junto à praia de Saint Jean de Luz.
Fomos para Sul, em direcção a Pamplona e depois a Jaca.
Uma lagoa "verde", perto de Jaca.
Mais uma paragem para "abastecer".
Foi no:
Chegámos depois à Estação Ferroviária Internacional de Canfranc.
Começada a construída em 1923, foi inaugurada em 1928, num imponente estilo "Art Nouveau" e era na altura a maior estação ferroviária da Europa, sendo ainda hoje a 2ª maior, a seguir à de Leipzig.
Impressiona pela grandeza e monumentalidade, num local tão isolado, no fundo de um vale das montanhas pirenaicas.
Construída para responder às necessidades de transbordo de passageiros e mercadorias, na mais importante ligação ferroviária, entre Espanha e França.
Tinha duas plataformas, uma de bitola ibérica, a ocidental e uma de bitola europeia, a leste.
Na sua inauguração, tinha já iluminação eléctrica, uma grande novidade na época.
Durante a 2ª Guerra Mundial, os alemães, com o acordo de Franco, ocuparam a estação para um melhor controlo de pessoas e mercadorias.
No final desse período, ficou também conhecida pela passagem de grande número de toneladas de ouro, prata e outros bens valiosos, confiscados aos judeus pelos nazis.
Os próprios nazis, utilizaram em grande número essa passagem para ocidente, na fuga em direcção à América do Sul.
Com o descarrilamento de um comboio, que destrui uma ponte do lado francês da linha, a estação foi desactivada em 1970, tendo vindo a degradar-se desde então.
É visitável nos meses de Julho e Agosto.
Os túneis do lado espanhol, são actualmente utilizados pelo "Laboratório Subterrâneo de Canfranc", para estudos de astrofísica ligados aos neutrinos, matéria negra e núcleos atómicos.
Passamos a fronteira para França, dentro do extenso túnel de Somport, 8.608 m, que começa mesmo ao lado da estação de Canfranc e seguimos para o Col D'Aubisque, em belíssimas estradas de montanha.
E belíssimas paisagens.
Até que chegámos ao Col D'Aubisque.
Mítico para os ciclistas do "Tour de France".
Apesar de o sentido circulação estar sempre condicionado.
Desta vez a estrada estava totalmente fechada.
Ainda pensámos ficar neste hotel, mas estava fechado!
Ao contrário do que tínhamos previsto, que era seguir pelas estradas de montanha e picos do "Tour de France", com destaque para o mais alto, o Col du Tourmalet, com 2.115 m.
Tivemos de voltar para trás.
Subimos e descemos mais uma "montanhas".
Com a minha RT Adventure sempre em grande forma.
Até que passámos a fronteira no Col du Pourtalet, do lado francês.
Ou Puerto de Portalet, do lado espanhol
Passámos depois por Formigal, que estava fechado por falta de neve e descemos quase até Jaca, de onde tínhamos partido a seguir ao almoço.
Daí, fizemos uma estrada larga, com curvas espectaculares, negociadas a "grandes velocidades" e "grande estilo", até Fiscal, onde tomámos um lanche tardio.
As nossas motas faziam muito sucesso entre os locais.
Daqui para a frente, com a noite a cair rapidamente, fizemos uma sinuosa e trabalhosa estrada de montanha, no fundo de gargantas profundas, onde por vezes o sinal de GPS se perdia e onde pouco mais vimos que, a cor das marcas no alcatrão, os reflectores dos rail's de proteção e as paredes de pedra verticais.
Muitas vezes, a estrada pouco mais permitia que a passagem de uma só mota.
Depois de mais de 500 km, foi com alívio quando vislumbrámos a entrada dos 5.230 m do túnel de Vielha.
Quando de lá saímos, tivemos a surpresa de constactar que, do lado de Vielha, chovia com alguma intensidade.
Mas já nada nos importava.
Queríamos era fazer os 6 km que faltavam, chegar ao hotel, e ir jantar.
Já eram 23 h, quando nos sentámos à mesa de um restaurante, para jantar.
Tinha sido um dia cansativo, mas muito interessante e variado, com a passagem por locais lindíssimos e diferentes dos que normalmente estamos habituados a ver.
Apesar do contratempo da estrada fechada, estávamos satisfeitos!!